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FÁRMACO DE DUPLA AÇÃO "ATACA A DOENÇA DE ALZHEIMER EM SEU NÚCLEO"

FÁRMACO DE DUPLA AÇÃO "ATACA A DOENÇA DE ALZHEIMER EM SEU NÚCLEO"

Pela primeira vez, um medicamento atua nos dois principais "pontos críticos" promotores de agregação da proteína Tau no cérebro — um fator-chave na neurodegeneração da doença de Alzheimer.

O fármaco, um inibidor peptídico chamado RI-AG03, foi eficaz na prevenção do acúmulo de proteínas Tau em estudos de laboratório. A pesquisa foi publicada nesta quinta, 3/10, no Alzheimer's & Dementia: The Journal of the Alzheimer's Association.

Existem dois 'pontos quentes' específicos da proteína Tau onde essa aglomeração tende a acontecer. Enquanto os tratamentos atuais têm como alvo um ou outro desses pontos, o RI-AG03 atinge e bloqueia ambos.

As proteínas Tau têm papel crucial na manutenção da estrutura e função dos neurônios. Mas na doença de Alzheimer, elas funcionam mal, aglomerando-se para formar fibrilas longas e retorcidas. Quando as fibrilas se acumulam, criam emaranhados neurofibrilares — massas de Tau retorcidas que obstruem os neurônios, impedindo-os de obter os nutrientes e sinais necessários para sobreviver.

À medida os neurônios morrem, a memória, o pensamento e o comportamento ficam cada vez mais prejudicados, levando ao declínio cognitivo observado no Alzheimer.

Para avaliar sua eficácia em células dentro de um organismo vivo, os pesquisadores testaram a droga em moscas-das-frutas geneticamente modificadas para ter Tau patogênica.

O medicamento suprimiu a neurodegeneração e prolongou a vida das moscas em cerca de 2 semanas – extensão significativa considerando a expectativa de vida desses insetos, entre 40 e 50 dias.

Para garantir que isso não fosse observado apenas em moscas-das-frutas, o medicamento foi testado em uma célula biossensora — um tipo de linhagem celular humana viva que é projetada para detectar a formação patogênica de fibrilas Tau. Aqui, também, o fármaco penetrou com sucesso nas células e reduziu a agregação de proteínas Tau.

Agora, o RI-AG03 será testado em roedores antes de avançar para ensaios clínicos em humanos. A pesquisa é liderada pela Universidade de Lancaster, do Reino Unido.

Link do artigo: https://doi.org/10.1002/alz.14246

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